segunda-feira, 28 de maio de 2012

"Sou feio, mas tenho dinheiro"



   Os bonitos que me desculpem, mas hoje vou falar dos feios, dos mal-desenhados, esquisitos e afins. Porque é sempre melhor falar sobre o problema do que esconder, não é mesmo?

   Posso falar de cadeira, porque nunca fui a Angelina Jolie da sala de aula. E quando você não é a mais bonita você tem três alternativas: 1) tenta ser a mais feia (e aí você compreende melhor o surgimento de tribos urbanas como os punks, góticos, darks e, mais recentemente, os emos); 2) tenta usar um monte de artifícios, roupinhas descoladas e acessórios da moda para compensar a feiúra (e acaba se tornando a mais cafona); ou enfim você tenta ser a mais simpática, a mais prestativa, a mais amiga (e fazer com que sua beleza interior compense o desarranjo externo). Eu escolhi a terceira.


   Mas o fato é que ser feia, ou não ser bonita/linda/sexy/atraente, é duro. Sempre vem um com uma piadinha, porque na fila da feiúra você entrou duas vezes, e Deus quando perguntou quem queria ser feio você fez um escândalo pra ser reparada. E já que estamos falando no todo poderoso, parafraseando o Armandinho, Deus quando te desenhou estava sem borracha… Mas o que importa é ter saúde, não é mesmo?


   Chega a ser engraçado, mas ser feia te faz desenvolver um lado mais justiceiro e prático da vida. Falo isso porque acredito que não há preconceito maior do que aquele contra os feios. Porque imaginem vocês, leitores, uma seleção de emprego para um cargo de atendente em alguma butique dessas finas. Você tem duas candidatas: uma branca feia de doer e, concorrendo com ela, a afro-descendente linda Camila Pitanga. Todas são inteligentes, estudadas e possuem experiência. Vai haver preconceito aqui? Sim. Contra a feia. Ou vocês duvidam?


   Então sejamos justos, o Vinícius estava correto, beleza é fundamental. Todo mundo considera. E a nós feios, cabe uma esperança: trabalhar e ficar rico. Porque o dinheiro, ele sim, resolve esse mal. É como já fala aquele ditado “não existe gente feia, existe gente pobre.” Pro rico é mais fácil, uma plástica aqui, uma lipo ali, ergue aqui um pouquinho, puxa mais aqui do lado…e por aí vai. A Carla Peres ta aí pra provar. Vejam o antes e o depois dela. Parece milagre de São Roque Santeiro! E por incrível que pareça, ninguém usa o argumento "Sou feio, mas tenho dinheiro". Prefere se iludir -ou tentar se iludir-, achando que nasceu uma obra de arte. Ah, se não existissem os bons e caros cirugiões...

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